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Capítulo 1 | O regresso a Lisboa

 

As férias de Verão de Hugo e de Joana, na Guarda, trouxeram várias novidades. A maior de todas foi o facto de ambos terem contado aos pais que namoravam. A notícia foi bem recebida pelas duas famílias, apesar de as apanhar de surpresa. Hugo nunca imaginara que iria assumir tão cedo uma relação desse tipo, pois sabia que ao comunicá-la à família estava a dar um passo sério e que mostrava vontade de ter um relacionamento que fosse mais do que um simples namoro juvenil.

O assunto deu, inclusivamente, para que os pais dela convidassem Hugo, Duarte e Sofia para um almoço a seis no restaurante. Foi uma situação um bocado estranha ao início, mas quer ele quer Joana não se sentiram mal com tudo aquilo. Ambos estavam convictos de que queriam manter aquela relação – com todos os segredos que a envolviam e a tinham tornado tão forte.

Apesar de passarem as férias na mesma cidade, acabaram por não ter muitas oportunidades para grandes momentos de intimidade. Para além de Joana ter estado a ajudar os pais no restaurante em muitos dias, também sabiam que não seria conveniente dar a entender que o seu relacionamento já tinha avançado tanto. Por isso, acabaram por se conter, fazendo programas com os amigos e passando uma imagem de dois namorados “bem-comportados”.

O Verão passou sem sobressaltos e, quase sem darem por isso, Joana e Hugo deram consigo a preparar as coisas para o regresso a Lisboa. E quando se despediram dos pais, na plataforma da estação da CP, ambos sabiam que os próximos meses em Lisboa tinham tudo para ser inesquecíveis. Sentaram-se lado a lado e responderam aos acenos dos que os viam partir. O comboio iniciou o percurso rumo à capital, primeiro de forma preguiçosa, depois em ritmo mais rápido. Joana agarrou a mão do namorado e olhou-o. Ele inclinou o rosto e beijou-a nos lábios.

Chegaram à hora prevista à Gare do Oriente. À sua espera estava Vera. Os tios estavam a trabalhar e ela tinha-se disponibilizado para os ir buscar à estação. Quando a viu, Hugo recordou-se do que acontecera antes das férias e das provocações que ela lhe fizera, deixando no ar a possibilidade de um envolvimento bem íntimo com ele no seu regresso à capital. E agora ali estava Vera, com um sorriso aberto a recebê-los. Joana sabia o que acontecera, ele tinha-lhe contado mantendo a promessa de não esconderem nada um do outro.

- Olá pombinhos! – disse Vera cumprimentando-os.

Era óbvio que a notícia do seu namoro deixara de ser segredo. Os pais de Hugo tinham falado com Teresa e o Joaquim e estes, naturalmente, tinham contado à amiga.

- Parabéns! Acho que o Hugo teve muito bom gosto na escolha!

Joana sorriu perante o elogio. Hugo sabia que a namorada simpatizava com Vera e a ideia de ser massajada por ela não fora abandonada.

- A Joana é que teve bom gosto em me escolher! – gracejou ele.

- Convencido!

- É mesmo! Os rapazes são tão parvos nestas idades! – retorquiu Joana.

- Tens toda a razão!

- Então? Estou aqui a ser atacado em duas frentes? – disse Hugo, fingindo-se escandalizado.

Acabaram os três a rir-se. Dirigiram-se para o carro e Vera conduziu-os a casa de Teresa. A ideia era que eles comessem alguma coisa e depois levavam Joana para casa da Marta. Tal como acontecera antes das férias de Verão, ela continuaria a viver com Marta e os pais durante o ano letivo que estava prestes a começar.

Chegaram a casa e Hugo foi colocar a sua mala no quarto. Vera e Joana ficaram na sala.

- Então, pelo que sei tu e o Hugo assumiram uma relação séria!

- Sim! Acho que ambos chegámos à conclusão de que gostamos mesmo um do outro. Decidimos contar aos nossos pais, pois percebemos que era mais do que uma simples atração juvenil.

- Mas ainda são muito novos… Não estou a querer agoirar, mas na vossa idade não é muito comum esse tipo de certezas.

- É verdade. É uma coisa estranha. Já nos conhecemos há muito tempo, mas nos últimos meses as coisas mudaram entre nós e eu nem sei explicar porquê, mas tenho a certeza de que ele é a pessoa certa. E acho que ele pensa o mesmo de mim.

- Boa! Gosto muito de saber que têm essa certeza. Fico a torcer para que tudo dê certo!

- Obrigado!

Hugo regressou à sala e Vera convidou-os a irem até à cozinha. Almoçaram um delicioso frango que os fez retemperar do cansaço da viagem. Depois rumaram até à casa de Marta, onde deixaram ficar Joana. Quando voltaram para casa, já Teresa e Quim lá estavam. Receberam-no com enorme satisfação e Hugo ficou espantado com o primo Pedro, que parecia ter crescido para o dobro do tamanho que tinha antes das férias. O resto do dia foi passado em conversa, com os tios a quererem saber como tinha sido o Verão na Guarda. E, como seria de esperar, não faltaram as perguntas sobre o seu relacionamento com Joana…

Nessa noite, Cláudia foi a casa de Marta e as três juntaram-se no quarto para matarem saudades e ficarem a saber todas as novidades. Marta fechou a porta do quarto e agarrou Joana pela cintura, beijando-a na boca. Esta reagiu abrindo os lábios e deixando que a língua da amiga a invadisse. Sentiu que Cláudia se colava às suas costas e a beijava no pescoço. Um arrepio viajou pelo seu corpo e sentiu-se deliciosamente ensanduichada. As mãos de Cláudia mergulharam por baixo sua blusa e aconchegaram-se nos seios de Joana, por cima do sutiã. Todas estavam desejosas de matar saudades, depois dos meses de Verão em que tinham estado afastadas.

- Temos de nos controlar! – disse Marta, interrompendo o beijo. – Os meus pais podem abrir a porta do quarto de repente.

As três sabiam que era essa possibilidade era real e acabaram por se afastar, com grande pena de todas. Haveria, certamente, oportunidade de se devorarem em breve. Joana foi o centro das atenções, Cláudia e Marta estavam super curiosas em saber como tinham corrido as coisas com Hugo naquele Verão, sobretudo depois de terem “oficializado” o namoro.

- Foram muitas vezes para a cama? – perguntou Cláudia.

Joana deu uma gargalhada.

- Não…

- Então? – questionou Marta surpreendida.

- Não podíamos arriscar muito e sermos apanhados pelos pais dele ou pelos meus. Se eles desconfiassem que nós já temos essa intimidade toda, seria complicado deixarem que eu viesse para Lisboa com ele.

- Então foi um Verão de abstinência? Que horror!

Joana voltou a rir-se com o comentário de Cláudia.

- Não foi abstinência total, acabámos por conseguir uns momentos em que deu para algumas brincadeiras. Houve um dia em que fomos passear pelos arredores da Guarda, fomos até um terreno da minha família que tem um palheiro, uma casa para arrumar as coisas e os produtos que são colhidos, e aí estivemos à vontade!

- Hum… isso significa o quê?

- Significa que fodemos!

As amigas abafaram uma gargalhada. A linguagem de Joana conseguia ser muito crua.

- Foi muito bom, até porque foi nesse palheiro que tivemos as nossas primeiras brincadeiras mais íntimas no ano passado.

- Um bom refúgio, então.

- Sim, mas na maior parte dos dias havia gente por lá, porque é preciso regar o que está cultivado, e não queríamos ser vistos sozinhos por ali.

- Então só houve truca-truca uma vez?

- Sim…

- Coitados! Deve ter sido difícil.

- Um bocadinho. De vez em quando dava para umas festinhas assim mais íntimas, ainda lhe fiz um broche uma vez que fomos a casa de uns amigos e nos enfiámos na casa de banho por uns minutos… fez-se o que se foi possível.

- Deves ter usado os dedos muitas vezes para acalmar o tesão.

- Sim! Houve mesmo muitas noites em que tive de me masturbar para conseguir dormir sossegadinha!

- E agora que são namorados oficiais, o Hugo vai passar a ser teu em exclusivo? – perguntou a Cláudia.

- Hummm… estou a ver que continuas interessada em dar umas voltinhas com ele! – respondeu Joana.

Cláudia fez um sorriso e piscou-lhe o olho.

- A nossa relação continua a ser igual à que tínhamos. Ambos podemos estar com outras pessoas, com o compromisso de contarmos tudo um ao outro. Ou seja, eu não me importo de partilhar o meu namorado com vocês as duas…

As aduas amigas sorriram, satisfeitas por poderem partilhar Hugo entre elas. Hugo e Joana…

No dia seguinte, Hugo foi surpreendido por um telefonema de Luísa, a mãe de Cláudia. No ano letivo anterior ela tinha ficado muito agradada com o desempenho dele enquanto PT, que a motivara a não desistir das caminhadas regulares. Por isso, mal soube pela filha que Hugo regressara a Lisboa, quis voltar a convidá-lo para a acompanhar nessas sessões. Hugo aceitou, afinal era algum dinheiro que ganhava com esse acompanhamento personalizado, para além de que a companhia de Luísa era sempre muito agradável. Acabaram por combinar uma primeira sessão para o dia seguinte, tendo Luísa proposto uma caminhada na praia, desfrutando daquele fim de Verão que ainda permitia saborear temperaturas amenas.

Hugo aproveitou esse seu primeiro dia na capital para tratar de alguns assuntos na Faculdade. A seguir ao almoço encontrou-se com Joana e passearam durante a tarde pelo jardim do Campo Grande. Ele contou-lhe o “emprego” que acabara de arranjar – no fundo, o renovar daquilo que já acontecera nos meses que antecederam o Verão. Joana provocou-o, dizendo-lhe que também o queria como PT, mas para uns exercícios físicos mais específicos a dois…

A manhã seguinte chegou, com céu azul e um sol brilhante. Eram nove da manhã quando Hugo entrou no carro de Luísa e rumaram para a margem sul o Tejo. Foram conversando sobre as férias e os planos dele para o futuro. Hugo gostava destas sessões, pois Luísa era muito simpática e, para além disso, bastante bonita. Quando a comparava com Cláudia, a sua filha, encontrava traços comuns no rosto, embora houvesse diferenças acentuadas no corpo – sobretudo porque a mãe tinha um peito bem mais generoso. Nunca lhe tinha perguntado a idade, mas calculava que andaria pela casa dos quarenta e, sem qualquer dúvida, era uma mulher bastante apetecível.

Percebeu que Luísa não se dirigia para as praias da Costa de Caparica, mas sim para zona da Fonte da Telha. Pela sua memória passaram as recordações daquele dia de praia a cinco, com a Joana, a Cláudia, a Marta e o Renato, há cerca de três meses atrás.

Pararam junto ao bar de praia Bambu, no estacionamento de terra batida já preenchido com algumas viaturas.

- Deixamos os fatos de banho e as toalhas no carro e, quando regressarmos, dá para nos vestirmos na casa de banho do bar e dar um mergulho! – disse Luísa.

Hugo concordou. Tinham decidido aproveitar o dia ameno para uma caminhada pelo areal e terminar depois com um banho nas águas levemente agitadas, antes de regressarem a Lisboa. Dirigiram-se à beira-mar e inspiraram o agradável odor a maresia. A maré estava vazia, ideal para poderem aproveitar a areia molhada.

- Vamos lá! Proponho que façamos uma caminhada a um ritmo não muito elevado e depois fazemos a viagem de regresso. É o primeiro dia após a pausa de Verão, preciso de recomeçar com calma!

- Ok! – respondeu Hugo. – E vamos para que lado?

- Vamos para aquele lado, é mais sossegada, com menos gente.

A proposta de Luísa implicava que eles entrassem na área naturista da praia, uma zona carregada das recordações eróticas que vivera em junho.

- Muito bem, vamos lá então!

Iniciaram o percurso, sentindo a frescura da areia molhada. Ainda não havia muita gente por ali, até porque era dia de semana. De qualquer forma, já se iam cruzando com algumas famílias – muitas delas com filhos pequenos que se deliciavam a jogar junto à água. Ao fim de cerca de quinhentos metros entraram numa zona em que foram aparecendo os primeiros homens a praticar nudismo. Inicialmente aquilo deixou Hugo meio desconfortável. Afinal, estar com Luísa perante aquele tipo de cenário era um pouco constrangedor, mas certamente que ela conhecia a praia e, quando tinha decidido avançar para ali, tinha consciência de que se cruzaria com gente despida.

Enquanto caminhavam iam conversando sobre vários assuntos. Luísa era arquiteta num ateliê com uma sócia, o que lhe permitia ter um horário bastante flexível – daí estarem ali num dia de semana em que a maior parte das pessoas se encontrava a trabalhar. Naqueles meses de PT, Hugo tinha acabado por simpatizar muito com ela, e sentia que ela também gostava da sua companhia. Ela mostrava-se sempre interessada no seu futuro, perguntava-lhe frequentemente como estavam a correr as coisas e as conversas fluíam com enorme facilidade. Havia um tema que despertava a curiosidade de Hugo, mas que nunca se atrevera a abordar, nem com Luísa nem com Cláudia, e que se relacionava com a ausência do marido e pai da amiga. Nesse dia, a conversa acabou por se focar na família. Luísa perguntou-lhe se tinha irmãos e o que faziam os pais, tema que nunca tinha sido alvo de interesse. Hugo foi respondendo e decidiu ganhar coragem para tentar satisfazer a sua curiosidade.

- Posso fazer uma pergunta?

- Claro! –  respondeu ela.

- Não sei se não estarei a ser indiscreto…

- Olha lá, sabes que podes estar à vontade, acho que nestes meses ficou evidente que te acho um rapaz fantástico, impecável… essas coisas todas. Pergunta lá.

- Obrigado pelos elogios. Sempre tive curiosidade em saber porque é que a Luísa vive sozinha com a Cláudia.

Tinham caminhado cerca de quarenta minutos. Teresa parou e colocou as mãos nos joelhos.

- Uff… fazemos uma pausa?

- Sim!

- Isto de recomeçar para voltar a ganhar ritmo, custa!

Sentaram-se na areia. Luísa manteve-se em silêncio uns segundos e Hugo arrependeu-se de ter feito a pergunta. Possivelmente era um tema que ela não gostava de abordar…

- O pai da Cláudia morreu há muito tempo. Morreu num acidente de viação, tinha a Cláudia três anos.

Hugo olhou-a em silêncio.

- Desculpe, se calhar não devia ter perguntado.

- Não faz mal, é normal essa curiosidade. Houve uma altura em que era muito penoso para mim falar sobre o assunto, mas o tempo ameniza as coisas. Já passaram muitos anos, a dor atenuou-se e transformou-se numa saudade que passou a fazer parte do meu dia a dia.

Sem saber muito bem o que dizer, foi a vez de Hugo ficar em silêncio.

- Sabes, foi muito complicado! – continuou Luísa. – De repente fiquei sozinha com a Cláudia e as coisas não foram mesmo nada fáceis. Mas, a pouco e pouco, fui refazendo a minha vida e cá estamos!

Hugo pensou nas dificuldades de uma jovem mãe, que de repente ficava viúva com uma bebé de três anos nos braços. Ficou fascinado pela coragem dela e achou estranho que nunca tivesse vontade de refazer a vida com um novo relacionamento.

- Nunca mais encontrou alguém com quem tivesse vontade de… não direi substituir o pai de Cláudia, mas enfim… voltar a ter uma relação?

- Nos primeiros anos essa possibilidade foi totalmente excluída. A prioridade era a Cláudia e a minha vida dedicou-se a cem por cento a ela. Quando a Cláudia cresceu, obviamente que a ideia de encontrar uma pessoa passou a ser algo em que comecei a pensar. Ainda houve algumas relações, mas por um motivo ou por outro, as coisas não resultaram. E olha, acabei assim, tipo solteirona cota.

Hugo esboçou um sorriso.

- A Luísa não faz o tipo de solteirona cota. Até porque está muito longe de ser cota, é uma mulher jovem…

- Já nem tanto Hugo, já tenho quarenta e seis anos… o tempo voa…

- Mas está numa idade fantástica, é uma mulher madura, bonita…

- Olha… tenho um PT que, para além de me motivar a fazer exercício físico, ainda por cima me lisonjeia! Vou renovar o teu contrato!

Ambos se riram. Assim sentados à beira-mar, a conversa desviou-se para outros assuntos durante alguns minutos.

- Está a ficar calor! – referiu Luísa, olhando para o relógio.

Já passavam uns minutos das dez e meia da manhã.

- Fizemos mal em deixar os fatos de banho no carro. Agora apetecia-me refrescar antes de fazermos a viagem de regresso.

Hugo concordou. A manhã tinha aquecido e o Sol brilhava no céu azul. Tinham mais uns quarenta minutos pela frente até voltarem ao carro.

Luísa descalçou os ténis e as meias.

- Vou só molhar os pés para ver como está a água!

Ele observou-a a caminhar até ao local onde as ondas vinham lamber a areia e recuavam depois para o interior do mar. Usava umas leggings azuis que evidenciavam as curvas das ancas e das coxas, e que permitiam vislumbrar o relevo das cuecas que marcavam as nádegas. Vestia também uma t-shirt branca relativamente justa ao corpo sob a qual parecia estar a usar um top desportivo.

- Está boa! – disse ela em voz alta ao sentir a água nos pés. – Fomos mesmo parvos em deixar os fatos de banho no carro. Iríamos fazer o percurso de regresso bem mais fresquinhos, depois de um mergulho.

- Pois foi… mas agora não há nada a fazer!...

Luísa regressou para junto dele e olhou em volta. Muito ao longe viam-se algumas pessoas, espaçadas entre si.

- Como não há nada a fazer? Isso é coisa que se diga?

Hugo olhou-a, tentando perceber.

- Vou aqui improvisar um biquíni, queres ver?

Despiu a t-shirt, revelando o top que tinha por baixo. Era um top azul, da cor das leggings, que abrigavam o peito generoso.

- Uma parte já está, este top é mais discreto do que muitos biquínis que se veem por aí!

Hugo tinha de concordar com ela. A peça de roupa colava-se aos seios, mas era bem menos decotado do que a generalidade dos biquínis que se usavam na praia. E de seguida, Luísa baixou as leggins, expondo as cuecas brancas. Infelizmente, pensou Hugo, não eram rendadas e transparentes.

- Já está! Não fica mal de todo, pois não?

- Não. Não… antes pelo contrário! Acho que é um biquíni perfeito, que lhe assenta bastante bem!

- Estou a ver que és mesmo um galanteador! Não queres acompanhar-me ao banho?

Hugo tinha uma enorme vontade de dar um mergulho na água fria. Podia fazer como Luísa, despia a t-shirt e os calções desportivo e ficava com boxers. Era impossível resistir a um banho bem refrescante. Por isso, imitou Luísa, ficando apenas com a peça de roupa bordeaux que lhe cobria a zona genital.

- Vamos lá então! – referiu ela encaminhando-se para a água.

Hugo seguiu atrás dela, não conseguindo evitar olhar para o rabo sensual que baloiçava numa dança hipnotizante. Entraram na água e Hugo mergulhou, desfrutando do efeito refrescante que envolveu todo o seu corpo. Luísa mergulhou também e ambos nadaram um pouco até ficarem com a água até ao nível do pescoço.

- Que maravilha! – referiu Luísa.

- É verdade! Está deliciosa!

Ficaram por ali uns minutos e depois saíram. O calor do Sol na pele molhada sabia-lhes bem. Hugo reparou que o top de Luísa infelizmente não era transparente, apesar de permitir uma vista muito interessante pois assim molhado colava-se completamente às curvas dos seios, revelando a voluptuosidade do peito. A cueca branca, por seu lado, deixava perceber uma mancha escura por cima do sexo, correspondente ao tufo de pelos púbicos. Era evidente que ela aparava os pelos num triângulo que o tecido molhado não era capaz de esconder totalmente.

Luísa era, de facto, uma mulher bastante sensual e Hugo percebeu que os seus boxers molhados tinham o mesmo efeito da roupa dela: não sendo transparentes, colavam-se ao corpo e moldavam o volume do seu sexo que, durante o banho, se mostrou calmo e adormecido, mas que agora, perante o que vislumbrava, dava alguns sinais de entusiasmo.

- Vamos só secar um bocadinho antes de voltarmos? – perguntou ela.

- Sim.

- Que grandes parvos fomos ao deixar as toalhas no carro! Vou ficar cheia de areia!

Luísa sentou-se e inclinou ligeiramente o tronco para trás, apoiada nas mãos e com os braços esticados. Levantou o rosto e fechou os olhos, recebendo o calor do Sol nas faces. Hugo observou-a. O cenário era bastante sensual e decidiu também sentar-se, para evitar que a ereção que começava a despontar se tornasse muito visível.

Os corpos molhados atraíram algumas moscas que se tornaram um bocadinho irritantes. Não se lembrava de ter sofrido esse tipo de “ataques” em junho. Ia mexendo o corpo e abanando os braços, tentando dissuadir os insetos de pousar, mas a tarefa não era fácil.

- São persistentes! – disse Luísa sorrindo.

- É verdade!

- Mas sabe muito bem, estar assim a aproveitar o fim do Verão! Sobretudo sem gente e ruído à volta. Adoro este silêncio.

- Eu também… não gosto muito da confusão das praias cheias.

- Às vezes tenho vontade de vir para aqui ao fim da tarde, dar um passeio, mas tenho algum receio de vir sozinha. Acabo por não me sentir muito segura.

- Claro!

- Por isso é que hoje decidi aproveitar que o meu treinador privado me acompanhou! Acabas por servir também de segurança privado!

Hugo deu uma gargalhada. Luísa esticou as pernas e afastou-as ligeiramente. Ele reparou que uma mosca pousara na coxa dela, ficando estática por alguns segundos. Era bastante irritante aquela insistência dos pequenos insetos! Viu que Luísa fixava os olhos na mosca, que acabou por se movimentar um pouco, subindo quase até à zona da virilha. Aquilo deveria fazer cócegas, pensou Hugo! Mas a sua parceira não reagiu e não tentou enxotar o intruso. Uma segunda mosca pousou em cima do tecido branco da cueca ainda húmida. Com aqueles passos em ritmo acelerado, passeou por cima do sexo de Luísa. A primeira mosca ia também vagueando pela coxa lisa, e Hugo achou curioso que aquilo não provocasse nenhuma reação da sua companheira, que se limitava a manter o olhar fixo nos dois invasores.

A situação parecia um pouco estranha, como se Luísa estivesse em suspense a ver o que iria acontecer. Obviamente que nada iria acontecer, eram apenas duas moscas teimosas que, elas próprias, deveriam estar surpreendidas por ainda não terem sido escorraçadas do seu pouso. Finalmente, a primeira que tinha pousado decidiu partir. A segunda manteve-se ainda por uns segundos numa rota ziguezagueante por cima da cueca branca. Hugo deu conta que aquele percurso sobre o baixo-ventre de Luísa acabava por lhe provocar pensamentos menos próprios e uma vontade de poderem ser os dedos dele a calcorrear aquele trilho.

Quando o inseto bateu asas e esvoaçou para longe, pareceu-lhe que Luísa respirou fundo.

- Estes bichos são curiosos! – disse ela, olhando-o.

Hugo não percebeu muito bem o significado do comentário… não tinha especial curiosidade por moscas, achava-as desagradáveis e irritantes.

- Vamos retomar a caminhada? – perguntou ela.

- Sim!

Levantaram-se e Luísa tentou retirar a areia que se colara às nádegas. Para Hugo foi mais fácil, pois os boxers tinham-lhe protegido a pele do contacto direto com a areia, mas a cuequinha dela era bem mais pequena, o que a obrigou a esfregar o rabo com as mãos para retirar os grãos que teimavam em não cair. Hugo esteve tentado a propor ajudá-la, mas era obvio que essa tentação teria de ficar no domínio da fantasia. Acabaram por vestir a roupa que tinham tirado e iniciaram a caminhada de regresso, num percurso mais penoso devido ao calor que, entretanto, se tinha instalado.

Chegaram cansados ao bar-restaurante Bambu. Sentaram-se na esplanada a desfrutar de uma bebida refrescante e depois foram equipar-se com os fatos de banho. Hugo saiu da casa de banho já preparado para um mergulho retemperador e esperou por Luísa. Ao fim de alguns segundos ela apareceu, usando um biquíni amarelo que lhe realçava as curvas do corpo, fazendo sobressair o peito generoso que o tecido reduzido expunha de forma muito evidente.

Estenderam as toalhas no areal, preenchido com várias pessoas, e deliciaram-se com um banho retemperador. Acabaram por almoçar no bar e regressaram a Lisboa ao início da tarde. Quando ela o deixou à porta da casa dos tios combinaram um plano de acompanhamento pessoal duas ou três vezes por semana.

Hugo abriu a porta de casa e entrou. Ouviu a voz de Vera, vinda da cozinha.

- És tu Hugo?

- Sim!

Dirigiu-se até ela.

- Então como correu a sessão de PT?

- Correu bem! Fizemos uma caminhada pela praia, deu para dar uns mergulhos.

- Muito bem. E a Joana, como está?

- Está bem!

Vera limpou as mãos a um pano azul que estava na bancada e olhou-o.

- Vamos à sala? Precisava de falar contigo.

Hugo olhou-a com ar curioso.

- Claro!

Seguiu-a, não conseguindo deixar de olhar para as pernas torneadas que a saia muito curta revelava. Tinha saudades das massagens dela e ansiava por dar sequência às promessas que tinham ficado no ar antes das férias.

Ela sentou-se no sofá grande e ele imitou-a, ocupando o sofá mais pequeno. Ficaram frente a frente e ela cruzou as pernas. A visão era muito provocante, expondo as coxas nuas. Deu consigo a tentar adivinhar qual a cor das cuequinhas dela, ou mesmo se estaria sem roupa interior. Os seus pensamentos foram, no entanto, interrompidos, por uma voz que o fez regressar à realidade.

- Quando foste para a Guarda eu despedi-me de ti de uma forma muito... íntima...

Hugo olhou-a, tentando antecipar o que iria dizer. Será que queria pôr em prática aquilo que então insinuara.

- Nessa altura – continuou Vera - não namoravas e, como tal, aqueles jogos e brincadeiras eram uma coisa que incluía apenas duas pessoas, tu e eu. Mas agora as coisas mudaram, estás numa relação séria com a Joana e não me parece que seja correto manter essa situação. Não quero ser alguém que se meta no meio da vossa relação e que seria certamente muito mal-encarada pela Joana, se soubesse que eu andava aqui com situações íntimas com o namorado.

Hugo sentiu um aperto de desilusão no peito. Vera estava a indicar-lhe que todas as promessas estavam postas de lado e que aquela relação sensual entre os dois tinha terminado. Os argumentos dela eram lógicos, se a relação dele com Joana fosse uma relação convencional. Mas, como é óbvio, Vera nem desconfiava que a namorada sabia de tudo o que se passara e que eles tinham uma relação aberta que lhes permitia estar com quem desejassem.

- Gostei muito da Joana, é uma rapariga simpática, muito bonita e parece-me ser boa gente. Não a deves trair com situações assim como as que tivemos no passado e que envolvam outras mulheres...

Sem saber o que responder, Hugo mantinha-se em silêncio. Apetecia-lhe contar que Joana sabia de tudo, que não se importava, e que Vera poderia continuar a manter com ele aquele relacionamento tão delicioso que tinham vivido nos meses antes do Verão. Mas, como é óbvio, não podia contar-lhe esse segredo. Até porque Vera podia contar aos tios e os tios contariam aos pais dele e da namorada.

Reparou que ela o olhava com um sorriso triste. O que dizer?

- Tenho pena! - acabou por assumir.

- Eu também. Não porque estivesse apaixonada por ti, mas porque és fisicamente muito interessante e tinha piada aquela intimidade que criámos.

Hugo retribuiu o sorriso, pelo elogio que acabara de receber. Vera descruzou as penas e ele percebeu que usava uma cuequinha vermelha.  Ela ajeitou a saia e Hugo desviou o olhar, tentando ignorar o magnetismo que aquele corpo parecia ter.

- Não te preocupes que eu vou continuar a fazer-te umas comidinhas apetitosas, para compensar as outras coisas que já não vais ter. Mas acho que ganhaste mais do que perdeste. Tens uma namorada cinco estrelas e isso compensa o resto. Ah... já me esquecia. Ela mandou-me um WhatsApp a perguntar se podia receber uma massagem minha.

Hugo abriu os olhos, espantado. Ele nem sabia que a Joana tinha o número de telemóvel de Vera!

- Uma massagem?

- Sim! Ela contou-me que tu lhe tinhas dito que eu fazia massagens e ficou curiosa. Claro que eu lhe faço a massagem, se não te importares. Aliás, ofereço-lhe a massagem, é a minha prenda para comemorar esse vosso namoro. Pode ser?

- Claro que sim... só fiquei espantado porque ela não me disse nada. Já há uns tempos tinha mostrado interesse, mas depois o assunto morreu. Nem sabia que tinha o seu número.

- Pediu-mo quando vos fui buscar à estação, quando foste arrumar as coisas ao quarto. Espero não ter feito mal!

- Não não... fez bem. E já marcaram a sessão?

- Ainda não. Quis perguntar-te primeiro antes de aceitar o pedido. Não quero confusões para o meu lado se, por acaso, estas coisas puderem interferir na vossa relação.

- Sem problemas! Não interferem, pode combinar com ela.

- Ok. Deixa-me então responder-lhe a dizer que tem uma massagem de oferta!

Vera levantou-se e foi buscar o telemóvel. Hugo ficou a olhá-la quase desesperado. Agora que aquele corpo se tornara inacessível, parecia-lhe ainda mais delicioso. Pela sua mente passaram as imagens das mãos dela a percorrerem-lhe o corpo, a agarrarem-lhe o sexo e a fazerem-no gozar... e a boca dela, naquela manhã em que regressou à Guarda, que lhe abocanhou o pau duro e o chupou por um breve segundo, num prenúncio de sensações que iriam acontecer quando o Verão terminasse.

Vera regressou alguns segundos depois, ainda a teclar no telemóvel.

- Já está!

Lançou o telemóvel para cima do sofá e sentou-se de novo em frente a ele.

- Disse-lhe que se quisesse fazer a massagem hoje eu estava disponível!

- Hoje? Já?...

- Sim. Os teus tios não dormem em casa, telefonaram-me há uma hora atrás. Foram ter com um casal amigo e vão ficar lá a dormir para não virem muito tarde com o Pedro. Convidei-a a vir fazer a massagem e depois fazemos um jantar para os três, o que achas?

- Ok... pode ser!

- Boa! Alias, enquanto eu estiver a fazer a massagem tu tratas do jantar!

Hugo ia reclamar que queria assistir, mas conteve-se. Não queria lançar suspeitas sobre o nível de intimidade do seu namoro. O telemóvel dela deu sinal. Olhou para Vera enquanto ela lia a mensagem que recebera.

- A tua namorada diz que vem cá ter e que estará cá daqui por mais ou menos uma hora! Ora bem, são cinco horas, a massagem fica então para as seis, mais ou menos, é uma hora boa. Jantamos cedo, por volta das sete e meia e depois eu posso levá-la a casa.

Hugo tinha vontade de perguntar que massagem iria receber a namorada. Seria uma simples massagem de relaxamento ou teria algo mais?

- Vou tomar um duche e ver o que temos para o jantar, para depois preparar o quarto!

Levantou-se e Hugo sentiu desvanecer a última esperança de poder ver alguma coisa da sessão que ia acontecer. Se fosse na sala, poderia ter oportunidade de espreitar, mas se ia ser no quarto, essa hipótese não se colocava!

Dirigiu-se ao quarto. Também queria tomar um banho, para retirar o sal da água do mar. Sentou-se na cama à espera de que Vera acabasse o seu duche. Recordou a primeira vez que se tinham visto, quando ela entrara na casa de banho e o vira nu, pois não sabia que ele estava lá, causando uma situação altamente embaraçosa. Teve vontade de ser ele agora a entrar na casa de banho e a ver nua e molhada! Uma vontade que sabia que não podia pôr em prática.

Depois do duche vestiu uns calções e uma t-shirt e dirigiu-se à sala. Vera já lá estava, com um roupão branco. Estava já equipada para fazer a massagem, e a sua dúvida era se ia fazê-la nua ou em lingerie. A situação estava a deixá-lo excitado, ainda para mais depois do que acontecera na praia com Luísa.

Quando a campainha tocou Hugo foi abrir a porta. Joana sorriu-lhe e beijou-o na boca.

- Olá! Não esperavas ver-me aqui hoje!

- Pois não! Isso da massagem apanhou-me de surpresa.

- Estava com uma vontade enorme de experimentar as maravilhas que tu dizes que a Vera faz!

Dirigiram-se à sala. Vera levantou-se do sofá e beijou Joana no rosto.

- Boa tarde! Como estás?

- Estou bem! Muito obrigado por esta oferta da massagem!

- De nada! Fica como prenda comemorativa do namoro com o Hugo! Espero que gostes...

- Tenho a certeza que sim!

- Anda comigo ao quarto. Imagino que queiras tomar um duche antes, eu arranjo-te uma toalha enquanto acabo de pôr tudo a jeito.

As duas dirigiram-se para o corredor e Vera disse a Hugo.

- Podes ir adiantando umas coisas para o jantar. Tirei uns hambúrgueres, podes ir descascando umas batatas, fazemos uma refeição com hambúrguer e bata frita, que acham?

- Acho ótimo! - respondeu a Joana.

- Ok! - disse Hugo sem grande entusiasmo. O que ele daria para as acompanhar e assistir a tudo.

Dirigiram-se as duas para o quarto de Vera.

- Tens aqui uma toalha e um roupão. Que tipo de massagem vais querer?

Joana olhou-a sem perceber.

- Não sei... a especialista é a Vera.

- Eu acho que as massagens mais agradáveis são as de corpo inteiro.

- Pode ser!

- Ok! Posso arranjar-te uma tanguinha descartável, caso não te sintas à vontade em ficar nua.

- Acho que não é preciso.

- Muito bem, então tens ali em frente a casa de banho, toma um duche e eu vou colocar tudo a postos para o grande momento.

Joana riu-se e dirigiu-se para o duche. Despiu-se e deixou que a água quente lhe envolvesse o corpo. Imaginava que Hugo estaria a roer-se de curiosidade sobre o que se iria passar. Decidiu provocá-lo. Saiu do duche, secou-se, vestiu o roupão e mandou-lhe uma mensagem

“Vou fazer a massagem nua. Achas que ela me vai levar ao orgasmo?”

Hugo sentiu vibrar o seu telemóvel dentro do bolso. Pousou a faca e a batata que estava a descascar e leu o que Joana lhe enviara. Se já estava em pulgas, mais ficou com aquele texto.

Joana entrou no quarto e gostou do ambiente. Vera tinha colocado uma música suave, os estores da janela estavam para baixo e um candeeiro em cima da mesa de cabeceira emanava uma luz suave. Havia um odor muito agradável no ar, fruto de um pau que ardia em cima da cómoda. No chão, um colchão tapado com um lençol branco marcava a zona onde iria decorrer a massagem.

- Está tudo pronto!

- Uau! Que ambiente acolhedor!

- Ainda bem que gostas. Fecha a porta e despe o roupão.

Joana empurrou a porta e fechou-a. Desapertou o roupão e tirou-o.

- Podes pô-lo em cima da cama!

Assim fez. Virou-se para Vera e esperou novas ordens. Esta olhou-a assim exposta.

- És muito bonita. O Hugo é um homem de sorte!

- Obrigado!

- Deita-te no colchão de barriga para baixo...

Joana percebeu que Vera despia também o seu roupão. Viu que ela ficava com um conjunto de cuequinha e sutiã pretos. Tinha um corpo muito bem feito, e a lingerie, de dimensões reduzidas e com um tecido semitransparente, ficava-lhe muito bem.

- Vamos lá então. Diz-me só uma coisa, tens alguma limitação ao toque?

- Não percebi...

- Posso massajar-te todo o corpo ou há zonas que preferes que não sejam tocadas?

- Acho que pode massajar todo o corpo. Entrego-me toda nas suas mãos!

Vera sorriu.

- Ok. Então agora relaxa, tenta não pensar em nada. O mundo lá fora deixou de existir e deixa que o teu corpo desfrute das sensações que o toque pode provocar.

Joana respirou fundo e fechou os olhos. Sentiu um líquido morno pingar sobre a pele dos seus ombros e depois, umas mãos macias que começaram a espalhá-lo. A massagem principiou e, a pouco e pouco, as sensações daqueles dedos experientes e muito hábeis foram provocando um relaxamento cada vez mais profundo no seu corpo. Depois de trabalharem os músculos dos ombros, as mãos desceram para as costas, em toques suaves que iam alternando com outros mais pressionantes. Aquilo era delicioso, percebeu Joana.

As mãos pararam ao fundo das costas e por ali se mantiveram durante algum tempo, massajando-lhe a cintura. Quando sentiu umas gotas caírem sobre o seu rabo, Joana contraiu os músculos numa reação involuntária. As mãos de Vera começavam agora a andar por uma zona muito sensível, provocando-lhe um arrepio de prazer.

- Tudo bem? - perguntou Vera num sussurro.

- Sim!...

Sentiu que uma das mãos deslizava pelo rego do rabo mergulhando entre as suas coxas.

- Posso continuar?

Joana percebeu que a pergunta ia definir se a massagem avançaria para uma vertente mais sensual.

- Pode sim... - respondeu numa voz que lhe saiu rouca.

- Ok... relaxa...

As mãos da massagista afastaram-lhe as pernas. Percebeu que Vera se ajoelhara entre as pernas afastadas. Abriu ligeiramente os olhos quando ouviu um leve ruído. Viu que o sutiã de Vera tinha acabado de cair no chão, a alguma distância do seu rosto. E de seguida, sentiu que o corpo dela pousava no seu. A pele macia de Vera foi deslizando lentamente para cima e para baixo. Joana conseguia sentir a textura rugosa dos mamilos que se destacavam do resto do corpo naquele roçar sensual.


E de seguida, sentiu que o corpo dela pousava no seu. A pele macia de Vera foi deslizando lentamente para cima e para baixo

 

- Sabe bem? - perguntou Vera com o rosto perto da sua orelha.

- Sabe... sabe muito bem...

A massagista desceu o corpo e Joana foi sentindo o bafo da sua respiração acariciando-lhe a pele ao longo da viagem. Quando atingiu a zona dos rins, a boca tocou-a num beijo fugaz, macio e quente. Aquele toque inesperado provocou-lhe como que um choque elétrico que a fez contrair-se.

As mãos de Vera começaram então a massajar-lhe as coxas. Tinha terminado aquela parte de bodymassage, pensou Joana com pena. Mas rapidamente se deixou embalar pelos toques que iam sendo depositados ao longo das suas pernas. A massagem aos pés levou-a às nuvens e quando as mãos voltaram a subir, Vera usou as unhas para arranhar de forma suave o interior das suas coxas. Pouco a pouco, as mãos foram-se aproximando do seu sexo, em movimentos cautelosos. Possivelmente porque estava a testar a sua reação, pensou Joana. Procurando dar um sinal para que os avanços continuassem, afastou um pouco mais as pernas. O gesto era um convite claro para toques mais usados, e Vera percebeu. Uma das mãos roçou-lhe a junção das coxas, tocando a fenda do seu sexo. A outra mão pousou-lhe no rabo.

Vera pegou na taça de óleo aquecido e despejou um fio pelo rego do rabo.  O líquido escorreu e veio beijar-lhe a entrada dos lábios vaginais. Vera colocou um dedo nessa entrada e espalhou o óleo pelo rebordo da entrada do seu sexo. E depois, bastou uma leve pressão para que um dedo entrasse no seu corpo. Joana engoliu em seco, a massagem começava agora a ser também interna, com um novo dedo a entrar e a tocar-lhe a carne húmida das suas entranhas.

A imagem de Hugo passou-lhe pela mente. Se ele imaginasse o que estava a acontecer naquele momento iria ficar a arder de desejo... como ela estava a começar a arder naquele momento!

- Vira-te! - pediu Vera.

Joana esperou que ela retirasse os dois dedos do seu sexo e colocou-se de barriga para cima.

- Vamos continuar? - perguntou a massagista.

- Sim... vamos!

- Gostaste da bodymassage?

- Gostei, sabe muito bem...

- Posso repetir, se quiseres... ou preferes que use apenas as mãos?

- Não... use também o corpo.

Vera levantou-se e Joana observou aquele corpo bem torneado, apenas coberto com a cuequinha preta. Viu que ela puxava a única peça de roupa para baixo, ficando nua. Joana olhou para o sexo totalmente rapado, que revelava a fenda alojada entre as pernas. Joana também rapara os pelos uns meses antes do Verão, depois decidira deixá-los crescer num pequeno triângulo aparado, mas voltara a rapar tudo quando voltara para Lisboa.

A massagista voltou a ajoelhar-se entre as suas pernas abertas, Joana viu que ela agarrava na taça de óleo e que a despejava sobre o seu próprio corpo, na zona dos seios firmes. Com as mãos, espalhou o líquido por eles e pela barriga e ventre, metendo mesmo uma mão entre as pernas para olear o baixo-ventre. Joana observava fascinada, como se assistisse a uma automassagem de Vera neste processo de olear a pele.

- Assim o meu corpo vai deslizar melhor sobre o teu! - justificou a massagista. - Uma bodymassage é algo de delicioso, mas sem óleo pode tornar-se uma tortura!

Joana sorriu. Vera pegou numa outra taça e despejou uma parte sobre o peito e a barriga da namorada de Hugo.

- Queres ser tu a espalhar o óleo? - perguntou Vera.

Joana não respondeu, mas começou a acariciar-se, cobrindo a pele com o líquido, perante o olhar atento da massagista. As suas mãos acariciaram os seios voluptuosos, descaíram pela barriga e pelo ventre. Vera deitou mais um pouco de óleo na parte superior do sexo de Joana e esta espalhou-o, massajando toda a zona entre as coxas. Colocou um dedo na fenda e massajou-a. Era como se estivesse a masturbar-se para uma espetadora que a observava em silêncio. Prolongou os toques sobre o seu sexo e acabou por mergulhar um dedo dentro dele. O olhar de Vera mantinha-se fixo nos seus gestos e a situação excitou Joana. Estava mesmo a masturbar-se enquanto ela assistia. E sem vontade de parar.

Ao fim de algum tempo, a mão de Vera agarrou o pulso de Joana e puxou-o, fazendo com que os dedos saíssem do sexo.

- É melhor parares, senão ainda te vens com esses toques e lá se vai o meu trabalho. Eu é que sou a massagista... eu é que te quero levar ao orgasmo!... – disse-lhe, enquanto enfiava dois dedos no sulco da sua vagina.

 

- É melhor parares, senão ainda te vens com esses toques e lá se vai o meu trabalho. Eu é que sou a massagista... eu é que te quero levar ao orgasmo!... – disse-lhe, enquanto enfiava dois dedos no sulco da sua vagina.

 

A ideia de ter um orgasmo provocado por Vera fez-lhe disparar a pulsação. Colocou os braços esticado ao lado do corpo e preparou-se para o que aí vinha. Vera deitou-se em cima dela e começou a mexer o corpo, esfregando as mamas nas suas. Também o ventre liso dela roçou no seu ventre, com os corpos oleados a deslizarem quase sem fricção. De olhos fechados, Joana deixou-se embalar pelas sensações deliciosas daqueles toques tão íntimos. Sem premeditar no gesto, colocou as mãos sobre o rabo de Vera. Ao perceber o seu gesto, abriu os olhos e viu o rosto dela a poucos centímetros do seu.

- Desculpe! - disse Joana retirando as mãos.

- Não tires! Abandona-te aos teus desejos! Deixa-te ir...

Joana olhou-a. Viu como Vera era bonita e sexy, assim em cima dela. Voltou a colocar as mãos nas nádegas da massagista e acariciou-as se forma tímida. Vera fez deslizar o corpo para baixo, colocando o rosto junto aos seios de Joana. As mãos desta acariciaram as costas nuas que se lhe ofereciam e subiram até aos ombros. Vera voltou a subir e Joana viu a boca dela ficar a uma distância muito reduzida da sua. O olhar das duas fixou-se mutuamente. Joana desejava que ela a beijasse, mas não se sentia com coragem de avançar. Abriu ligeiramente os lábios e Vera baixou um pouco o rosto. Lá por baixo, os ventres colados roçavam-se suavemente. Joana sentiu o calor da respiração de Vera no seu rosto. Os lábios quase se tocavam, mas faltava aquele último passo. A mão de Joana subiu pelas costas de Vera, percorreu-lhe o pescoço e parou na nuca. Fez uma leve pressão, convidando a cabeça a baixar, e Vera acedeu ao convite. O seu rosto moveu-se, eliminando a distância que separava as duas bocas. Joana acolheu os lábios macios que pousavam nos seus e o beijo há tanto tempo aguardado tornou-se real. A língua de Vera mergulhou na boca de Joana e esta recebeu-a com deleite. O beijo foi longo, gradualmente mais intenso, com línguas, dentes e saliva que se misturavam num prazer sem barreiras.

Joana sentiu que a mão de Vera se aninhava entre as suas pernas e um dedo procurou-lhe o clitóris. Encontrou-o já ereto e acariciou-o. As bocas mantinham-se coladas e Joana procurou o sulco entre as nádegas da massagista. Sentiu que aquele dedo, aliado ao beijo que se prolongava, não a deixariam resistir por muito mais tempo. Vera percebeu, pelos movimentos da cintura de Joana, que o orgasmo estava prestes a acontecer. Continuou a masturbá-la até que a explosão se deu. Joana cravou as mãos no rabo de Vera e soltou um gemido que se perdeu na boca que a beijava. E Vera sentiu as contrações que apertavam os dois dedos que tinham mergulhado naquele corpo em brasa.

A tempestade foi intensa, mas rapidamente começou a desvanecer-se. O corpo de Joana foi descontraindo à medida que as ondas de prazer se espaçavam e se tornavam mais débeis. A respiração continuou ofegante, mesmo quando Vera deixou de a beijar e afastou o rosto, olhando-a.

- Gostaste?

Joana abriu os olhos. Sentia-se cansada, mas com um cansaço bom, que lhe deixava o corpo deliciosamente lânguido.

- Muito...

- Ótimo! Estava com medo que a minha massagem ficasse abaixo das expetativas.

Joana espreguiçou-se, dando uma pequena gargalhada. Vera aproveitou e beijou-lhe o mamilo ainda duro.

- Huummm... - gemeu Joana perante aquele ataque.

Vera sugou-lhe o mamilo e depois afastou-se, ficando de joelhos no meio das pernas.

- Foi uma massagem mais intensa do que eu tinha calculado.

- Acredito! Também foi uma massagem mais intensa do que eu esperava...

Vera olhou-a. Estava surpreendida com a reação de Joana. Quase de certeza que já teria estado com outras mulheres, pois não mostrara qualquer reserva no envolvimento entre as duas. Perguntou-se se Hugo saberia disso.

- Deixa-te ficar um bocadinho assim, depois levantas-te devagarinho e vais tomar um duche enquanto eu arrumo o quarto. De seguida vou eu.

Percebeu que Joana a olhava com vontade de perguntar alguma coisa, mas que estava a ganhar coragem.

- Acho que tens vontade de me dizer algo.

- Bom... na verdade sim.

- Força!

Joana içou o tronco e ficou sentada, de pernas abertas e com Vera à sua frente, de joelhos.

- Sinto-me um bocado mal por só eu ter tido o orgasmo... acho que a Vera deveria ter tido vontade também de chegar lá.

Vera acariciou-lhe o rosto. Aproximou-se dela e beijou-a levemente nos lábios.

- Não te preocupes. Hoje isto foi uma massagem oferecida por mim. Nas massagens sensuais é suposto que quem é massajado se venha e não o massagista. Pode ser que num outro momento me faças gozar...

Joana sorriu.

- Gostavas de me fazer gozar?

- Sim... gostava muito...

- Humm... é bom saber isso. Fica combinado então que havemos de tratar do assunto. Eu também gostava que me fizesses vir.

- Ok! Vou ficar à espera então!

As duas bocas voltaram a unir-se. Vera abriu os lábios num convite à entrada da língua de Joana. Chupou-a de forma demorada e Joana sentiu que estava de novo a ficar excitada. Não soube se Vera se apercebeu, ou se também se sentiu em riscos de perder o controlo da situação, mas a verdade é que se afastou, levantando-se.

- Vamos lá minha menina, senão daqui a pouco o Hugo pensa que adormecemos as duas!

- A Vera é muito bonita e tem um corpo delicioso.

- Muito obrigado. Tu também és muito bonita. E, pelo eu vejo, muito quente também! O Hugo tem de se acautelar, pois tem aqui um vulcão! Agora vai lá tomar o teu duche.

Joana levantou-se e espreguiçou-se. Estavam as duas frente a frente, de pé, nuas. Joana imaginou o que diria o namorado se as visse naquele momento.

- Muito obrigado pela massagem!

Vera aproximou-se e beijou-a nos lábios.

- De nada. Depois combinamos para repetimos. Agora pira-te para o duche!

Joana abriu a porta do quarto e dirigiu-se para a casa de banho que ficava em frente. Deixou-se embalar pela água e o banho soube-lhe muito bem, depois de toda a intensidade que acabara de viver.


Joana levantou-se e espreguiçou-se.

Ouviu um ruído e percebeu que alguém entrara na casa de banho.

- Sou eu! - reconheceu a voz de Vera. - Venho deixar-te uma toalha para te secares.

- Obrigado!

Decidiu despachar-se. Já estava ali há algum tempo, embalada pelos pensamentos e pela água tépida.

Saiu da casa de banho enrolada na toalha e entrou no quarto. Vera tinha já arrumado tudo e estava à espera, vestida com o roupão branco com que a recebera para a massagem.

- Agora vou eu tomar um duche rápido para vermos como é que o Hugo se está a safar com o jantar. Estou esfomeada!

Joana vestiu-se e foi ter com o namorado. Hugo estava na sala e olhou-a com um ar claramente curioso. Devia estar morto por saber novidades. Ela fez um sorriso rasgado e aproximou-se, beijando-o na boca.

- Foi muito bom! Muito melhor do que eu alguma vez imaginara!

A frase dela aumentou-lhe ainda mais a curiosidade que já o atormentava desde que as duas se tinham fechado no quarto.

- O que é que isso quer dizer?

- Depois eu conto-te. A Vera deve estar a chegar...

- Vais-me deixar assim a morrer de curiosidade?

- Sim... mas desde já te digo que adorei. A Vera é muito boa... muito boa massagista!...

Joana piscou-lhe o olho e dirigiu-se ao pequeno Brown que estava sentado no sofá mais pequeno. Este deitou a língua de fora e colocou o corpo a jeito para receber umas festas. Vera entrou na sala e sorriu para Hugo.

- Então o nosso cozinheiro já tem tudo a jeito?

- Sim... só falta fritar as batatas e grelhar os hambúrgueres.

- Vamos lá então tratar do jantar, que estou cheia de fome!

Dirigiram-se os três para a cozinha e Hugo percebeu que não seria possível ter mais informações sobre a massagem que deixara a namorada tão deliciada. Teria de esperar pelo momento em que Joana lhe contaria todos os detalhes.

A conversa ao jantar foi animada, o que contribuiu para que Hugo se descontraísse. Reparou que Joana e Vera pareciam simpatizar bastante uma com a outra e o tempo passou depressa. Depois de jantarem, as duas mulheres dispensaram Hugo da arrumação da cozinha, como prémio por ele ter preparado tudo enquanto decorria a massagem. Ele foi então para a sala e deixou-as na cozinha.

Vera esperou alguns segundos e encarou Joana.

- Olha, estou aqui com uma preocupação.

- Então?

- Não sei se deveria ter avançado tanto na massagem...

Joana fitou-a sem saber o que dizer.

- Acho que não fui correta sabendo que tu namoras com o Hugo. Eu conheço-o, vivo aqui na mesma casa com ele, e acabei por provocar uma situação em que tu te envolves comigo... é estranho, mas sinto-me como se te tivesse levado a traí-lo, e eu sei que vocês gostam um do outro. Agora ficas numa situação difícil, pois imagino que não tenhas coragem de lhe dizer o que aconteceu no quarto... e eu não queria ser a causa de segredos entre vocês os dois.

Joana percebeu que Vera estava mesmo a sentir-se mal. Percebia o que ela dizia, se a relação dela com Hugo fosse “normal” havia ali um problema complicado. Agora era a própria Joana que começava a sentir-se mal por estar a provocar em Vera aqueles sentimentos, quando na verdade não havia nenhum problema e Hugo iria saber tudo. Qual a solução? Contar tudo a Vera?

- O teu silêncio mostra que tenho razão em achar que fiz merda!

Joana acordou dos pensamentos que a preenchiam.

- Não!... - disse de forma impetuosa.

Vera olhou-a admirada e sem perceber.

- Não... não tem que se preocupar. A sério...

- Claro que tenho. Deixei-me levar pelo momento, pelo ambiente... e pelo facto de teres um corpo muito atraente...

- Obrigado. Mas não se sinta mal pelo que aconteceu. Em primeiro lugar porque tudo o que aconteceu foi com o meu consentimento. Não me obrigou a nada.

- Eu sei! Mas agora tens um segredo em relação ao Hugo e isso não é correto!

- Mas não sou obrigada a ter um segredo...

- Como assim?

- Posso contar-lhe!...

Vera abriu os olhos.

- Vais contar-lhe?

- Porque não?

- Bom... não sei. Achei que irias ficar constrangida. Afinal, como é que ele vai reagir ao saber que a namorada se envolveu intimamente com outra mulher?

Joana soltou uma gargalhada, que abafou com a mão.

- Desculpe, desculpe! Estou-me a rir porque acho que temos de falar as duas com calma. Eu não quero que fique com remorsos, até porque isso significa que não iria repetir a massagem! E é obvio que eu quero repetir a massagem!

Joana aproximou-se de Vera e agarrou-lhe as mãos.

- Não se preocupe. Eu falo com o Hugo e garanto que vai correr tudo bem! A sério!

- Não sei como tens tanta certeza. Os homens são imprevisíveis e o Hugo pode achar que o

traíste.

- Garanto que ele não vai achar nada disso. Acredite! Tenho a certeza absoluta!

Joana deu mais um passo e aproximou o rosto do de Vera. Inclinou-se para a frente e beijou-a nos lábios. Vera retraiu-se. Imaginou que Hugo entrava na cozinha e as via assim... mas Joana agarrou-a pela cintura e colou o corpo ao dela. Os lábios de Vera sentiram uma língua que os lambia e abriu-os, deixando a intrusa entrar na sua boca. O beijo durou alguns segundos, até que Joana se afastou. Vera engoliu em seco. Aquela rapariga era mesmo um vulcão. Mesmo sendo bem mais nova que ela, agia com firmeza, comandando o rumo dos acontecimentos.

- Já lhe disse que gostaria de receber outra massagem sua, e espero que não recuse esse pedido. Hugo não é um problema nesta equação... antes pelo contrário...

- Não percebo!

- Eu sei! Prometo que explico tudo. Mas não vai poder ser hoje. Podemos marcar um encontro amanhã e falamos. Explico tudo nessa altura. Pode ser?

- Acho que sim...

- Fazemos assim, eu não conto nada ao Hugo até falarmos as duas. Digo-lhe que foi uma massagem intensa, de corpo inteiro, mas não falo do nosso envolvimento. Depois de conversarmos amanhã vai perceber que não haverá nenhum problema em que ele saiba de tudo.

Vera estava completamente baralhada com a situação. Não percebia nada do que se estava a passar, mas tudo aquilo lhe provocava uma curiosidade enorme.

- Ok! Amanhã de manhã, pode ser?

- Sim! A que horas.

- Posso passar por tua casa por volta das nove horas…

- Combinado! Vamos acabar de arrumar a cozinha senão o Hugo ainda aparece por aqui para saber o que estamos a fazer...

Quando entraram na sala, Hugo estava deitado no sofá, com Brown em cima dele.

- Esse cão é mesmo maricas! - disse Vera.

- Gosta de festinhas... tem bom gosto! - referiu Joana.

Hugo sentou-se e olhou-as. A curiosidade sobre a massagem da tarde voltou a assolá-lo. Mas teria de ser paciente. Por isso tentou esquecer o assunto, objetivo que não foi fácil de concretizar.

Eram onze da noite quando Joana foi deixada à porta do prédio onde estava a morar. Vera e Hugo voltaram a casa num estranho silêncio. Vera tentava imaginar como reagiria Hugo quando soubesse. Possivelmente iria culpá-la e iria achar que ela era hipócrita. Afinal, tinha dito a Hugo que não haveria mais intimidade entre os dois e depois tinha-se envolvido com a namorada dele! Mas o mais estranho era a confiança de Joana em relação a tudo aquilo! De qualquer forma não valia a pena estar a matutar sobre aquilo, no dia a seguir, esperava, Joana iria esclarecer todo aquele imbróglio.

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